30 de abril de 2011

A fala de Severn Suzuki ainda ecoa

Severn Cullis-Suzuki (1979-) é uma ativista ambiental que desde cedo apareceu para o mundo, um vídeo seu tornou-se famoso na Internet, veja abaixo, ela diz tudo.

Passados quase 20 anos me pergunto o que mudou?

Não digo que o discurso de Severn foi um fracasso, pelo contrário ele ao meu ver deve ser comparado com o de Martin Luther King como um dos maiores discursos da história, por retratar a realidade de sua época. Mas para mim, o que realmente mudou são os representantes dos países que lá estavam, eles não são mais os mesmos, muitos saíram dali e foram substituídos por outros, com mentalidades tão iguais quanto. Não sei ao certo se algum deles desempenhou um papel fundamental nessa questão, antes ou depois do sermão da garota, mas sentiria vergonha se fosse um deles e não tivesse feito nada para mudar após esse evento, ainda mais com meu rosto marcado na história para sempre. Creio que a mudança, seja ela qual for, não reside nos políticos, mas em ações políticas desempenhadas por qualquer um de nós.

Hoje podemos perceber que o efeito estufa está relativamente controlado, ok, porém surgiram novos e desastrosos problemas, afetando principalmente regiões, alterando com o passar do tempo o clima e outras características em escala local e regional, o que afeta a vida das pessoas de forma muito mais acentuada. Há muito o que se falar sobre este assunto, mas não aqui neste post.

O discurso de Severn Suzuki com certeza ainda é muito recente e o mais legal é que ele acaba sendo relembrado e reciclado. Aqui eu trago um exemplo disso na música (lembrando Kraftwerk com Radioactivity). O DJ francês Laurent Wolf lançou em 2010 a faixa "2012: Not the end of the World", com o objetivo de retomar a fala de Severn e buscar um pensamento positivo para o caso, lembrando a todos que o mundo não acabará se fizermos algo. A seguir o vídeo da música eletrônica.

Severn discursou para o mundo em 1992, em um mundo arrecém saído da guerra fria. Para mim a fala dela marca (não o início) a discussão central do pós-guerra fria, os problemas de "saúde" do planeta, que permanecem até hoje como ponto importante das decisões de nosso planeta.

Cabe ressaltar que Severn é filha de David Suzuki (1936-), importante ativista ambiental mundial, que com certeza deve ter ensinado muito bem sua filha desde pequena. Isto acaba nos lembrando do papel da educação (na escola e em casa) na construção de um mundo "melhor".

28 de abril de 2011

Tiroteio

Um certo dia levei alguns tiros, tudo foi muito confuso, não sei ao certo quantos foram, mas tenho a certeza que um deles atingiu minha cabeça e outro meu peito. As balas continuam alojadas dentro de mim, a que atingiu minha cabeça foi responsável por me cegar e assim estou até hoje, sem ver a realidade que me cerca. Outros projéteis me feriram, um deles pegou de raspão em minha mão, a dor foi tão forte que não consegui mais segurar a sua, acabei deixando você ir. 
O responsável pelos disparos? Sim eu me lembro bem dele, seu rosto é multi facetado, mas atende pelo nome de Vida.
Enquanto estou deitado em meu leito no hospital, pergunto a todos que entram se Órion está aparecendo no céu e enquanto eles observam o céu para me responder eu fico penso que cada vez mais me aproximo dele. Porque a Vida foi tão cruel ao apertar o gatilho? Não sei se ela chegou a atingi-la também, fico me perguntando se causou ferimentos em você, acho que nunca ficarei sabendo ao certo. Enquanto isso aguardo ansiosamente o dia que os médicos inventarão algo que alivie minha dor ou que seja responsável por me curar.

Pois não existe nada melhor do que acordar de um sonho com um texto na cabeça.

21 de abril de 2011

Theaudience

Theaudience foi uma banda inglesa de britpop que durou pouco tempo durante a década de 1990. Ela reúne duas características que gosto muito: vocal feminino e mudança de ritmo. Além de contar com a encantadora Sophie Ellis-Bextor nos vocais.
A banda surgiu a partir de uma aposta e logo estaria completa, contando com uma jóia que daria um toque especial a banda, era Sophie Ellis-Bextor, a jovem filha de Robin Bextor, importante diretor e produtor inglês. Porém a banda não alcançou muito sucesso, chegando a fazer certo barulho dentro do país e recebendo diferentes opiniões pela crítica. Hoje é mais lembrada por ser o início da carreira de Sophie, que logo começaria seu trabalho solo lançando as clássicas "Murder On The DanceFloor" e "Get Over You" que a alavancariam para o sucesso mundial perdurado até hoje, principalmente na Europa. Atualmente ela está prestes a lançar seu novo álbum intitulado "Make a Scene".


Mas voltando a banda, Theaudience é um grupo que representa muito os anos 90 e você sente a nostalgia ao escutá-los, mesmo que nunca os tenha ouvido. Suas músicas são bem diversificadas, sendo influenciadas por diversos movimentos musicais sem deixar a pegada pop que tanto marcou os anos 90 com o Britpop, a banda definitivamente não deve ser catalogada com apenas uma definição. 
A seguir dois vídeos que mostram um Theaudience mais sombrio e outro que apresenta a banda com um tom infantil e descontraído.
A banda depois de escutada algumas vezes torna-se interessante, o que dificulta a audição do único álbum lançado por eles é a seqüência de canções, que ficou pessimamente dividida, pois as músicas calmas e agitadas estão dividas não dando unidade ao Cd. As faixas tem inúmeros elementos que as tornam bem diferentes uma da outra, sem deixar de ter a marca da banda por trás de todas.

How's that for a journey? 
É ótima a viagem que podemos fazer ao ouvir a calma "How's That?" e ver elementos que pelo menos a mim lembram alguma coisa indiana, brasileira ou no mínimo exótica, presente em sua extensa parte instrumental. O tom de mpb em "A Pessimist Is Never Disappointed" e os sons diferentes em "Keep in Touch" devem ser apreciados. Não deixe de ouvir primeiro "Shoebox Song" que resume a banda em uma única canção, nela está presente o que você poderá esperar do restante das músicas.

Eu definitivamente gosto muito de Sophie Ellis-Bextor, para mim uma das mulheres mais bonitas do mundo e dona de uma das melhores vozes também, ela é relativamente famosa mas não busca ser extravagante ou fútil, com sua certa timidez ela conquista todos aos poucos. Theaudience deveria ser ressuscitado nesta onda de volta aos anos 90, mesmo porque Sophie não demonstra toda sua qualidade musical em seu projeto solo, isto ao meu ver, principalmente por ela não ser uma exímia dançarina o que definitivamente a prejudica em seu trabalho totalmente voltado ao Dance e ao Pop. 

Fica um apelo jogado na escuridão para que um dia eles retornem!

Ficha:
Theaudience
Inglaterra
Britpop
1996-1999
Músicas para ouvir: Shoebox Song, A Pessimist Is Never Disappointed, Keep In Touch, How's That?, I Got the Wherewithal.
Porque ouvir? Muito mais do que apenas a banda em que Sophie Ellis-Bextor iniciou, Theaudience é uma banda competente bem característica da década de 1990. Suas canções apresentam características bem exclusivas e tem toques bem diferenciados fazendo de suas músicas verdadeiras jóias preciosas com a bela Sophie puxando o espetáculo.

13 de abril de 2011

Alterando a História no Paint 02


Dessa vez o Alterando a História no Paint vai mais longe e traz uma intervenção do artista Banksy, sempre muito polêmico e talentoso, que terá um post maior por aqui em breve. Sejam criativos e inspirem-se!

Sugestão da minha irmã.

10 de abril de 2011

A história de Włodek

Em uma viagem para o extremo leste da Polônia, Simon Schama (1945-) encontrou muito mais do que a floresta "selvagem" de Białowieża, um dos últimos recantos intocados na Europa e hoje pertencente a lista de patrimônios mundiais da UNESCO. Lá ele descobriu um lugar fantástico, pouco conhecido de nós, um local de muitas histórias que falam da segunda guerra mundial, do Czares russos, dos míticos bisões lituanos... São diversas falas que se misturam para formar a histórica Białowieża e uma delas eu deixarei aqui, veremos agora um trecho do que Schama escreve e que para mim faz muito sentido no presente, no passado e também para o que está por vir.
Um mítico bisão lituano se escondendo do olhar do fotógrafo.

"No dia anterior, nosso guia Włodek, cujos extraordinários olhos azuis sorriam num rosto cor de casca de árvore, nos contou suas lembranças da paisagem: dos bosques a leste de Minsk, onde crescera; da região junto a fronteira com a Hungria, onde fora preso por soldados soviéticos ao fugir do desastre de 1939; do gulag ártico onde vira não só amigos seus morrerem de fome e de frio, como um prisioneiro, com 39º de febre, ser obrigado a ficar sentado durante seis horas com os pés num balde de água gelada porque "se fingira de doente"; da paisagem árida do norte do Irã, que atravessara a caminho do Iraque com os demais poloneses libertados, após o ataque de Hitler a Stalin; da paisagem tropical da costa africana, onde tivera malária enquanto se dirigia aos navios militares ancorados em Durban; dos campos ondulados de Essex, onde treinava como piloto da exilada Força Aérea Polonesa; das cidades alemãs bombardeadas, onde jogara barras de chocolate para as crianças; das mulheres desesperadas que ele e seus companheiros chamavam de "holandesas" quando queriam uma noite de confraternização ilegal.
E o tempo todo ele se apegara às lembranças da floresta lituana, como se fossem os cordões do pára-quedas de sua identidade. Lembrou-se do cheiro do bisão e da doce fragrância da amêndoas de vodca aromatizada com "erva de bisão". "O Estado não me interessa", disse-me quando quis saber sua opinião sobre a Grande Mudança do comunismo para a democracia. "Este é o meu Estado" - e sorriu, acenando para as árvores - "a natureza. Você entende: o estado da natureza".

Fico me perguntando como deveria ser o rosto de Włodek? Ou como será que ainda é?
A história não é feita de grandes homens e grandes Estados, ela é feita assim, de múltiplas histórias que se encontram e formam aquilo que ocorreu e não necessariamente a gente conhece ou conhecerá. O mundo contemporâneo é marcado por lutas de territórios nacionais, mas o que importa é isso? Apenas isso? O que são as fronteiras além de meras linhas imaginárias? Há muitas dúvidas e questionamentos, mas poucas certezas.
Só podemos dizer que Białowieża esconde muitas histórias em seu interior.

Para ler o resto dessa história clique aqui

5 de abril de 2011

Alterando a História no Paint 01

Não é para ficar bom, o que vale é a idéia. Não achei a figura da p.10 do texto 1 da disciplina de África para alterar então peguei essa.

3 de abril de 2011

Hey Rosetta!

Seguindo a lógica do último post venho apresentar aqui a banda canadense Hey Rosetta!

Sendo um pouco tradicional vamos começar taxando seu estilo musical, que é claramente o indie rock, mas eles não ficam apenas nisso, pois incorporam muito bem instrumentos orquestrais como piano, violino e violocello em suas canções. Estas combinam perfeitamente com o local de onde vem, a grande ilha de Newfoundland que possui quase 500.000 hab. e tem um clima frio típico do nordeste canadense. Hey Rosetta! me remete muito ao campo - talvez por ser canadense e isso geralmente me lembrar extensas áreas rurais e florestais - e realmente transparece a idéia de ser uma banda formada por pessoas talentosas que vivem em uma pequena cidade afastada dos grandes centros, mas que mesmo assim se dedicam aquilo que gostam. Até aqui a banda torna-se interessante por si só, mas ela continua a demonstrar cada vez mais qualidades, pois não abandona suas raízes, como podemos ver no seu mais novo clipe (dirigido pelo ótimo Noah Pink).


 Seeds é o nome do terceiro e novo álbum deles, um projeto muito mais maduro que os outros dois e que poderá assegurar um lugar para a banda dentre as principais do cenário canadense atual. A energética faixa "Welcome" parece ser o carro chefe do álbum que conta ainda com a presença de uma diversidade musical bem grande tornando o álbum pouco repetitivo apesar da sempre presente fórmula que eles tanto utilizaram em "Into Your Lungs", de 2008.


Esta fórmula ainda utilizada no mais recente lançamento é brilhante e a banda a executa muito bem, funcionando mais ou menos da seguinte forma: a música começa calma, bem parada em um tom quase depressivo, até uma reviravolta que a enche de energia e dá um tom épico a canção. "Parson Brown" e "Yer Fall" são os exemplos desta fórmula neste álbum, mas "Holy Shit" e "Tired Eyes" do segundo álbum são os exemplos clássicos para perceber isso.

Uma das qualidades da banda é a presença no palco, sempre executando canções ao vivo com a mesma qualidade presente nas gravações de Cd, mesmo que a faixa exija emoção e sentimentalismo ou uma energia descomunal (que geralmente acaba por apresentar esses dois extremos). A banda inteira se entrega em suas apresentações, como se aquele fosse o último momento ou a unica oportunidade de se mostrar o belo trabalho que criaram.

Outro detalhe interessante é o trabalho realizado com as capas dos álbuns, singles e shows, uma amostra está logo ai embaixo.





Meu clipe preferido

Ficha:
Hey Rosetta!
Canadá
Indie Rock
2005-Presente
Músicas para ouvir: Into The Night, New Goodbye, Black Heart, Tired Eyes, Holy Shit, Death is Quick, Who is at my Window Weeping?, Red Song, Welcome, Yer Spring, Yer Fall e Parson Brown.
Porque ouvir? Pois Hey Rosetta! faz hinos para serem não apenas ouvidos, mas exaustivamente apreciados, a banda é vibrante, nostálgica, melancólica e sempre se mostra entregue ao representar suas músicas que a 
cada audição mostram-se mais complexas e apaixonantes.


Site Oficial
Last.fm
Myspace
Wikipedia


1 de abril de 2011

"Não há mais música que preste"

Será que não há bandas decentes hoje em dia? "Lógico que não!"
Minha reação diante de alguém que faça uma afirmação dessas vai da revolta para a pena até acabar em risos. É fato que muitas bandas de antigamente são ótimas e ficarão marcadas para a história da música, é fato também que as pessoas pouco conhecem música hoje em dia e isso se deve principalmente pela enorme quantidade de canções produzidas. Porém cada vez mais pessoas afirmam que o século XXI não apresentou musicas decentes, ouvi até uma longa discussão disso no ônibus, mas aguentei calado até vir aqui.

Tim Barker (Hey Rosetta!)
Ao meu ver existe um fluxo crescente de produção musical que vem de diversos pontos do globo, cada vez mais existe a possibilidade de se ouvir no Rio Grande do Sul música sueca e lá no Canadá ouvir música marroquina, enfim, as trocas culturais estão ultrapassando fronteiras políticas facilmente com o avanço da internet, mas ainda é mais fácil ouvir o que está tocando na rádio local do que procurar novas músicas que venham do outro lado do mundo. Por isso considero que bandas boas, principalmente fora do eixo Eua-Inglaterra, acabam sendo prejudicadas.


Kinley Dowling (Ex-Hey Rosetta!)
É numa tentativa de divulgar o trabalho de pessoas competentes e também de avaliar e comentar o cenário musical mundial que irei abordar neste blog diversas bandas na tentativa de passar muito mais do que seu histórico e o impacto cultural causado por seus álbuns, buscando escrever sobre os sentimentos e sensações presentes em suas canções e que sentido elas possuem.

Bem, eu também não buscarei ser um guia musical, mesmo por que entendo menos sobre o assunto do que gostaria e gosto muito mais do que imagino. Então procure mais, use o Google a vontade! E ache, cate, desenterre boas bandas!