28 de outubro de 2011

Clipes fresquinhos #02

Mais uma leva de clipes recentemente lançados. Tem para agradar todos os gostos. Fim do ano prometendo mais lançamentos de qualidade.



Marlon Roudette - Riding Home
A música até pode não agradar, mas a ideia do clipe é muito boa. Dividido em duas partes mostra o passado e o futuro, relacionando as cenas entre si. É bem legal e mostra o quanto de memória pode estar depositado nos locais mais simples e inesperados, são coisas assim que formam aquilo que chamamos de patrimônio pessoal, que para mim tem um valor muito maior que qualquer manifestação imaterial ou material de patrimônio. É interessante notar como os locais mudaram e ver como Marlon consegue fazer Hip Hop fora do convencional de muita mulher pelada e carros luxuosos no Gueto.

The Black Keys - Lonely Boy
Desde que descobri Black Keys, no início desse ano, busco coisas parecidas com essa banda maravilhosa, mas até hoje não achei nada igual. O duo de jovens canta um rock com blues e folk de uma qualidade inexplicável e desde o ano passado vem fazendo um grande barulho pela cena musical mundial. Lonely Boy é um clipe muito barato e divertido, dá vontade de levantar, afastar tudo e dançar como o cara. É uma boa música e um bom clipe que prenunciam o lançamento do próximo álbum, que promete.


Arctic Monkeys - Evil Twin
O Arctic Monkeys para mim não é o mesmo desde Favourite Worst Nightmare (2007), seu segundo cd que mantinha a qualidade do primeiro. Porém com o lançamento do clipe de Suck It and See, primeiro do quarto álbum, eu voltei a acompanhar a banda, parecia que tinham retomado a qualidade original, até que... Veio esse clipe bem feito com essa música tediosa e pouco empolgante que faz parte de um B-side da banda. É esperar para ver se voltam bem no próximo.

The Ting Tings - Hang it Up
Não é um filme mal feito do Robert Rodriguez, é mais um clipe do Ting Tings que soa falso. Apesar disso gosto da banda, mas esse vai passar despercebido por mim, quem sabe você gosta?

Lamb - She Walks
Já falei da volta de Lamb aqui no blog, este aí é o segundo clipe lançado pela banda. Uma música boa e um clipe bem interessante! Porém é muito parecido com o primeiro, Another Language e para o desespero de alguns fãs, não trás os cantores para a tela do vídeo, uma pena. Estou na espera que lancem clipe do single Build a Fire.


23 de outubro de 2011

Rain, Lovely Rain

Nesses dias de temperatura elevada, as chuvas de verão no fim da tarde vem para alegrar a vida de todos nós, trazendo o frescor da noite e diminuindo, nem que seja um pouco, a sensação térmica infernal que reinou durante todo o dia. Trouxe uma música interessante que fala de chuva, Rain é uma música do duo alemão de música eletrônica Alphawezen, que estava distraidamente ouvindo quando percebi que a letra tinha muito a ver com o dia de hoje.




Rain, lovely rain 
Purge my mind of sticky thoughts and let it rain 
Lovely rain, come and wash away 
Lead me astray 
Take me to a place where we remain the same 
One more day, to wax and wane 

I was lost within your frequencies 
How beautiful your song 
Now we're older than we used to be 
It's seems like we are gone

16 de outubro de 2011

Viajando com o Google Maps #1 - Oderzo

Um dos meus passatempos favoritos é "viajar" usando o Google Maps (é muito tosco, mas eu gosto), pensando nisso eu resolvi postar alguns lugares legais que já encontrei por ai.
Hoje iremos viajar, com a ajuda do Google Maps, para um local um pouco distante daqui, mas muito especial. É Oderzo!


Mas porque Oderzo? E melhor! O que diabos é Oderzo?

Bem... Oderzo é uma pequena cidade italiana com pouco mais de 20.000 habitantes (tipo Camobi!), ela se encontra próxima de cidades maiores do nordeste da Itália como Treviso, Udine e Veneza, esta última todos devem ter ouvido falar né?

Localização de Oderzo, no nordeste da Itália, próximo da Eslovênia e Croácia.  Não dá  para ver direito, mas foda-se.

Meu interesse para com Oderzo surgiu a partir de uma informação de que minha família havia vindo de lá, na virada do século XIX para o XX. Ainda irei verificar a fiabilidade dessa informação, mas por enquanto fico imaginando meus antepassados passeando pelas ruas dessa antiga cidade.

Sede da U.S.O. - Unione Sportiva Opitergiana, time de futebol da 5ª Divisão italiana.  Estrutura melhor que  muito time brasileiro.

Travessa "Cesare Battisti", olha que nome polêmico para tão bela rua.


Região central.


Interior da cidade, predominância de parreiras.

Bucólico.
Oderzo foi um importante entreposto comercial durante o Império Romano, já que se localiza em uma região estratégica próxima de grandes cidades. Mas foi apenas no período 1945-1993 que a cidade ganha força econômica e atrai uma população muito grande vinda do sul italiano. Agora a cidade me parece um lugar pacato e muito estável economicamente, dentro dos padrões atuais da Itália. A cidade foi anexada pelo Reino da Itália em 1866 e teve passagens importantes durante a república fascista de Saló, em que grupos revolucionários massacraram mais de 100 partidários fascistas.

O cemitério de Oderzo é um local que ainda irei visitar, e enquanto isso ainda não ocorre... Nada melhor que dar uma olhadinha pelo Google Maps!



6 de outubro de 2011

Blue Valentine

Vi esse ótimo filme, que traduzia para a tela diversas coisas que rondavam minha cabeça a dias, semanas, meses e anos. Eu chorei pela Megan, eu queria ter conhecido o Walter e cuidado da vó da Cindy. Mas enfim, o que fica é um belo filme que caiu como uma luva para o momento que eu o vi, em praticamente todos sentidos. Quem sabe ele não pode ser bom para você também?

"Sei lá, acho que eu devia parar de pensar nisso. Mas não consigo. Acho que vejo muitos filmes... Amor à primeira vista? ..." tsc.

Análises históricas e sobre o filme ficam para outra oportunidade. Quer saber mais sobre o filme? Clique aqui e vá para o Cineplayers!

Trailer do filme:


5 de outubro de 2011

Saint Hilaire em Santa Maria

Saint Hilaire (1779-1853) nasceu em 4 de Outubro na cidade de Orleans, França, e ontem estava comemorando seu "aniversário" de 232 anos! O botânico francês passou pelo Brasil durante o século XIX e não deixou de visitar o Rio Grande do Sul e claro... Santa Maria, na época chamada de Capela de Santa Maria,  um vilarejo entre as Missões Jesuíticas e o Porto de Rio Grande. Em 1801 a Capela de Santa Maria deixa de ser um acampamento militar português e ganha papel mais importante, até então era local estratégico contra as forças espanholas de São Marinho da Serra, logo acima dos morros.


Olhem que legal o trecho de seu livro que revela sua visão de natureza e as características da cidade de Santa Maria em seus primórdios.

"Esta aldeia, geralmente chamada Capela de Santa Maria, situa-se em posição bucólica, a meio quarto de légua da Serra. É construída sobre colina muito irregular. De um lado, avista-se alegre planície, cheia de pastagens e bosquetes e, do outro lado, a vista é limitada por montanhas cobertas de espessas e sombrias florestas. A Aldeia compõe-se atualmente de cerca de 30 casas, que formam um par de ruas, onde existem várias lojas, muito bem montadas. A capela, muito pequena, fica numa praça, ainda em projeto."
Saint Hilaire, 1821.

Tio Google visitou a cidade em 2011, registrando a característica ainda presente na região.


O interessante do relato dele sobre a cidade é que ele expressa de forma clara, rápida e completa a visão do europeu sobre a natureza, esta visão predominou desde a Idade Medieval até fins de século XIX, só sendo quebrada de forma mais intensa a partir de 1960 (e ainda existe muitos resquícios). O adjetivo para a planície (o Pampa) é "alegre" e revela o domínio do homem sobre a natureza, de forma a criar pastagens, que seriam produtivas e benéficas a sociedade. Santa Maria foi fundada em uma zona ecótone, a fronteira do Pampa com a Mata Atlântica. Esta última foi devastada desde os primeiros anos de colonização européia, e Saint Hilaire empregou sobre ela uma visão bem comum para a época, adjetivando-a de forma pejorativa como "sombria", localizada sobre uma "montanha" que barrava o campo de visão e era coberta de espessas florestas. Ao adjetivar cada bioma de uma maneira, o viajante estava pondo em prática todo o pensamento europeu que se solidificou por séculos, que acreditava que a natureza deveria ser domada e conquistada.

As florestas sombrias, locais de marginais e criaturas fantásticas se uniam as Montanhas que impediam viagens mais rápidas e eram moradia de "selvagens", as duas pouco importavam para a sociedade, que vivia no (e do) campo.